segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A mirfurada


por Daniel Ballester


mirfurada


Sua resina cheira a pinho,
é uma mata ramificada que dá folhas como as da arruda, sua flor é amarela que macerada entre os dedos verte um licor semelhante a sangue.
Nasce em lugares ásperos
sua aplicação tópica serve para apressar a cicatrização das feridas.
Descongestiona o fígado, acalma o fel do estômago, é útil para gastrite
e para cálculos na vesícula.
Utiliza-se em casos de asma, bronquite, febres e resfriados.
A palavra que a nomeia deriva do grego hyper, “sobre”, e eikon, “imagem”.
Significa, nem mais nem menos, que esta erva, por suas propriedades, está além de todo o imaginável.
E a imaginação, como se sabe,
é um território fértil para poetas
moribundos
e canibais.



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