segunda-feira, 8 de julho de 2013

SORROW

Da Redação


Durante o tempo que Vincent van Gogh viveu em Haia, de 1881 a 1883, ele abrigou uma mulher que vagava pelas ruas, alcoólatra, com varíola e grávida, Classina Maria Hoornik, conhecida como Sien. O pintor foi reprovado pelos familiares através do irmão Théo, que vivia em Paris. A resposta de van Gogh, por carta, não poderia ser outra:

Pois bem, senhores, vou contá-lo aos senhores que dão tanto valor às formas e à civilização, e isto é claro sob a condição de que se fale a sério: o que é mais civilizado, mais delicado, mais viril, abandonar uma mulher ou apiedar-se de uma desprezada?

Bem se vê que o humanismo de van Gogh estava longe de qualquer retórica.

Van Gogh levou Sien para seu ateliê, dando a ela condições de higiene, alimentação e fortificantes, como também, posteriormente, a um instituto para mulheres grávidas, em Leyde, pois o seu desconforto físico aumentou.

Não era de se espantar que ela estivesse doentia, a criança estava em má posição, ela teve que sofrer uma operação, tiveram que virar a criança especialmente com a ajuda de fórceps. Entretanto, há grandes possibilidades de que ela escape desta. Ela deve dar à luz em junho.

Foi o que aconteceu. E van Gogh, durante este período, tomou Sien como modelo, deixando para a história do humanismo em arte o mais pungente ícone sob o título sorrow, tristeza, sofrimento, solidão. (J.S.)


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